sexta-feira, 30 de abril de 2010

Eu tenho medo do escuro

Daí que eu tenho medo de andar sozinha. Aham. Sempre tive medo, mas ultimamente anda maior.
Eu sempre tive meus pais me levando pra tudo quanto é lugar e ,quando não eles, uma companhia qualquer.

E, por conta da minha lerdeza, não presto atenção em nada, nunca olho por onde estou andando se tiver alguém do meu lado.
Daí que algumas vezes já me perdi. E pra completar, ano passado fui assaltada... estando sozinha na rua. E pronto, agora sou medrosa.

Fico nervosa quando sou obrigada a sair sozinha pra um lugar que não conheça, mas como isso quase nunca acontece, eu não ligo.
Mas uma amiga minha me ligou, ainda pouco, me chamando pra ir à casa dela que é beeem longe da minha, e eu queria realmente ir, maaaas estou até com frio na barriga só de pensar. Sério, frio na barriga, por isso vim aqui escrever.. ver se passa um pouco. Porque eu tenho consciência suficiente pra saber que, claro, não posso passar a vida inteira dependendo dos outros, que tenho que saber me virar. Mas sabe coisa que a gente não controla? Então.

Não é sem vergonha que estou escrevendo isso aqui, mas quer saber, é pra mim, e foi justo pra isso que fiz um blog beeem longe do meu mundo real.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Real

Me faz ser de verdade, ser inteira.
Cansei da felicidade de plástico.
Sorriso de boneca, redoma de vidro já não me fazem mais.
Eu quero sangrar, sentir brisa fresca no rosto.
Me encolher de medo, e não poder conter as lágrimas.
Quero o frio, o corpo arrepiado.

Sede insaciável, vontade de pular da ponte.
Desejo, vontade incontrolável.
Quero mesmo é sofrer, me descabelar, conhecer a dor por inteira.

E, se for pra ser feliz, que seja real.
Que o suspiro venha da alma, venha rasgando.
Que eu possa delirar, e ainda assim, escrever meus delírios.

Quero banho de chuva no corpo nu, em pleno outono.
Cheiro de tinta, e poder sentir o sol.
Quero ser tudo que pode quebrar
E sempre estar inteira.
Cansei de ser anjo.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

dentro

Ela oscila entre o preto-e-branco e o colorido. E não sabe de muita coisa ainda.
Mas, esses dias, olhando pela fresta da janela viu um sol fraco na árvore, no prédio, e se encheu de amarelo.

A energia está aqui, a força, a vontade, os sentidos, o sentir.
Não foi de fora pra dentro. Foi de dentro pra fora. No exterior anda tudo igual, no mesmo vazio, falta. Mas conseguir um quente pra alma faz sorrir, cantar.

Esse todo dia, esse empenho anda fazendo bem a ela, e que bom que seja assim.
Começar a acreditar é bom.

E se pudesse colocar estrelas em um pote...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

meio vazio

E de vez em quando, o buraco do fundo do poço da alma apita, quer palavras, reviravolta, desejo, vento soprando saudade – mas de algo de verdade.

Nessas horas eu interpreto o copo como meio vazio.
Eu sei do tanto de coisa que há do outro lado, mas o meu anda sem nada.

E tudo é motivo pra encher os olhos de lágrimas.
Ouvir o eco faz mal, e esse vento desfeito me entope de coisas que quero sentir e viver.

É que estou muito e estou com pouco. Uma sede e um coração vazio.
Um nó feito por falta, feito pelo querer. Grito preso que não sabe o que dizer.

Está tudo apertado aqui dentro, mesmo cheio de espaço vazio.