domingo, 9 de outubro de 2011

saída

São ciclos. A vida é feita de ciclos. Ou essa história da montanha-russa. Sei que é bem isso: bem, mal, muito bem, muito mal. E há até mesmo épocas que tanto faz, nem mal, nem bem.
O que importa é que encontramos a saída, e a melhor: o amor. E, no momento, existe risada, e abraços, e dança na cozinha, e palavras carinhosas. Outras coisas acontecem, mas não posso reclamar.



sábado, 30 de julho de 2011

labirinto

E, depois de 27 anos de casamento – dois sem falar com o marido –, ela se perguntava como ele podia estar tão frio, aparentar tanta leveza, seguir a vida do mesmo jeito de sempre. É que ela, esse tempo todo, tinha o coração quebrado em vários pedaços e muitas lágrimas soltas e presas. Falava com os filhos, a mãe, a irmã, os sogros. Com ele, silêncio. Aliás, quase ninguém conseguia conversar com ele, não havia liberdade. Era certo que também não estava feliz, era perceptível, mesmo que pouco, a triteza atrás da armadura.

Tudo estava cinza. A casa não era como antes. E, mesmo quando cheia, com sorrisos e visitas queridas, havia os passos do casamento desolado.
Ele sempre fora orgulhoso, ciumento, quieto. Ela sempre coração e palavras. Mas a gente cansa, a gente sempre cansa, e acaba ficando orgulhosa também. Ninguém quer ser sempre o bobo da história. Mas o que fazer, então? Se nada é dito, como resolver? Ninguém pode obrigar alguém a falar, mas se esse também não quer, a solução voa.

É impossível sair de um casamento ileso; é quase impossível, na verdade, sair de um casamento. Requer muita coragem, confiança em si mesmo. Isso sem contar nas coisas "práticas", como dinheiro, moradia, filhos.
Acontece que o tempo passa, e mágoa corrói até os sentimentos mais puros. E é bem isso que está acontecendo: o tempo, a mágoa.

Se ele desse alguma abertura, se fosse mais de falar, se conseguisse contar seus sentimentos.
Ela tem razão em não querer ir atrás dele, mas se depender dele, dificilmente, as letras serão soltas, o que – mais uma vez- fazer, então? Sinceramente, não sei.

Ela é a minha mãe. Ele é o meu pai. Eu sou alguém perdida e triste nessa história toda.

na janela

Abriu a janela, sentiu o sol invadí-lo. Sorriu. Então era assim se sentir livre. A mão estava mais leve, não havia mais o peso da aliança. O dia estava lindo. Ele se sentia bem. Respirou fundo. Sentiu o perfume dela. Só talvez não quisesse tanto assim a liberdade.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

saber

Minha intuição não falha. Eu sabia, meu bem, sabia que, no fim, seria o mar, e meu coração, e o vento, e um pouco de vodka e eu.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Início

O título poderia ser "Fim" , porque seria verdade, mas achei melhor este, pois também é início.

Não poderia passar sem comentar sobre 2010. O ano, para mim, só terminou agora, já que obtive as respostas de tudo que batalhei durante o ano, recentemente.
Foi, sem dúvida, um dos piores anos da minha vida, mas, com certeza, um dos mais gratificantes; Me privei de muita coisa, passei quase o ano todo estressada, confusa.
Mas amadureci uns 4 anos em um. Aprendi que não tem jeito, o que eu quiser, tenho que batalhar pra ter e ponto.

Tudo porque, depois de três anos parada, resolvi fazer pré-vestibular. Não foi uma decisão fácil como pode até parecer. Escrevi sobre isso aqui algumas vezes, mas não diretamente.
O que pesou mesmo foi o sempre medo da frustração, medo de me dedicar e não conseguir, sabe.
Ainda por cima, todos ao meu redor começaram a acreditar em mim, então eu frustraria também outras pessoas, além de mim.

Sei que eu me dediquei, estudei como nunca fiz em toda a minha vida. E, graças a Deus, há alguns dias, descobri que passeeeei.
E tudo valeu à pena, as saídas canceladas, os sábados de aula...
Passei para duas universidades públicas.
E sou, prazer, a mais nova estudante de Relações Públicas.