sábado, 28 de novembro de 2009

Um tanto sobre ela

Ela não tem medo do escuro,mas gosta de dormir,com um pouco de luz no quarto.
O que a assusta de verdade,são sentimentos.Essas coisinhas com vida própria,que não se pode,ao menos ensinar.

Sonha muito,e acha que um dia,as coisas,simplesmente vão chegar.
Ainda espera,mesmo sabendo que não existe,o príncipe encantado.

Acha que amigos são coisas preciosas,e tem uma saudade enorme dos seus,que antes eram mais seus ainda.
Não gosta do tempo passando assim,tão depressa.
Queria poder,às vezes,parar um pouco o relógio.

Acha injusto que,na velhice,depois de ter plantado tanta coisa,aprendido um tanto mais,a maioria das pessoas,virem dependentes e não possam ensinar um pouco,como é a estrada até lá.

Se encanta com sol,lua,estrela,mar,sorriso,saudade,flor,mãos dadas,cheiro doce.
Escreve cartas,inventa situações,faz um mundo seu,que não existe.

Fica triste,vez ou outra,sem motivo aparente.
Gosta de segurança,de ter asas,mas saber pousar.
De fugir de tudo,um pouco,às vezes.

Ela tem palavras doces guardadas,mas nem sempre sabe dizer.
Tem horas que briga por si e horas que não sabe se defender.
Sabe que um abraço pode curar,e,hoje,entende a dor de um coração partido.

Detesta magoar as pessoas que ama,e também ser magoada.
Tem problemas em perdoar,e,muitas vezes,não queria ter.
Vive em constante conflito com um senhor,chamado orgulho,que insiste em morar nela e atrapalhá-la.

Não gosta de cometer erros e demora um pouco até aquietar e entender que não tem como voltar atrás.
Algumas palavras ainda estão presas em seu olhar.

Dá ataque,diz que não quer,desenha no ar,fecha os olhos,finge não ouvir,chora sozinha,ri escandalosamente.

Pode até,em alguns momentos,se achar a dona da verdade,mas sabe ouvir e respeitar a opinião dos outros.

Hoje já consegue,um pouco,controlar o ciúme,que antes,dilatava-lhe a pupila.
Tenta sanar alguns defeitos,que lhe fazem mal.Já outros,acha que são parte boa de sua essência.

É mulher,mas,na maioria das vezes,se sente menina.Fica assustada por estar crescendo.Acha que não sabe ser adulta.

Ela é estabanada,distraída,desconfiada,ausência e confusão.
Um pouco algodão,muro,bola de sabão.Eu sou.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Quase mulher

Parou em frente à porta de casa,com as mãos nos lábios.Poderia até estar apaixonada,se soubesse o significado.
Ainda sentia o gosto de menina crescida,e podia refazer os minutos vividos a pouco,com a mesma exaltação no coração.

Tinha planejado tanto o grande dia,que não imaginava que seria assim,tão ao acaso.
As pernas nunca tinham tremido tanto,e ela não sabia o que fazer com aquele segredo.

Entrou em casa,olhando para os cantos e ficou feliz ao se ver sozinha.Correu para o quarto,olhou-se no espelho e viu,pela primeira vez,a boca que,agora,já tinha sido tocada por outra.

Já tinha quase quinze anos,mas estava se sentindo uma mulher.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Doce

Ele:Quando você exatamente começou a gostar de mim?Você sabe?

Ela:Quando os seus olhos deixaram de ser qualquer olhos.

Ele:E,sabe,eu tive certeza,quando você pegou na minha mão,rindo,não lembro o motivo,e tudo pareceu poesia.

Ela:É engraçado amar,não é?Tanta gente vive fugindo.Às vezes,se não correspondido pode ser doloroso,mas quando,sim,dá uma paz,uma segurança com vontade de gritar.

Ele:E essa saudade que não passa?Esse correr dos ponteiros quando estamos juntos?

Ela:Melhor acordar com gosto doce.

Ele:Ei,quer casar comigo?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

E sumiu...

Inconstante deveria ser meu sobrenome,sério.
Daí que você volta a me ligar,não segue o projeto,não vai pra o caminho oposto da minha estrada,e eu,volto a ser indiferente,volto a não sentir nada.

E,na verdade,era isso mesmo que eu queria,mas não posso,não achar estranho.Pensei até,em ser egoísmo,em,no fundo,eu estar querendo é ter você assim,atrás de mim,mas sei que não é isso,embora pareça.

Olha,é que a gente não dá certo.Eu sou muito confusa,você é muito confuso.E eu não sei reconstruir.Acho que tudo que quebra,que estilhaça pedaços,mesmo se for colado,mostrará rachaduras,e,sendo assim,será fácil partir novamente.E não me dou bem,com coisas quebradas,ainda mais,se conter pedaços,também,do meu coração.

E segurança?Preciso dela,e você não me dá,nunca deu.Então deixa assim.Vamos nos lembrar,ter saudade,às vezes.Seguir,cada um,a sua música.E,se no fim,as notas se juntarem,que seja pelo vento.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Simplicidade

Era um dia qualquer,mas era um dia ensolarado.E ela adorava o sol.
Acordou às 07:00,com sua,já conhecida,preguiça matinal.
Mas ao abrir a janela,por instinto,não por costume,viu que o sol veio lhe dar bom dia.Sorriu.

Saiu de casa já arrumada pra ir ao trabalho, perfumada, trazendo no bolso sorriso, sabendo que era, sim, um dia qualquer, mas um dia ensolarado.

Ela, que havia chorado por horas antes de pegar no sono, e andava a reclamar da vida, e não se conformava com o término de um namoro tão longo. Que não sabia mais o que era ser sozinha e estava assustada.

Olhou para o carro, mas resolveu que iria caminhar. O local do trabalho era longe, porém isso não importava.
Chegou atrasada, passou direto. Não, ela não queria sentar em um escritório. Queria mais, queria a vida, queria a ela mesma.

Tirou a sandália, soltou os cabelos, respirou fundo a felicidade que parecia chegar perto, vindo não se sabe da onde como a chuva que veio molhar o rosto.

Sabia que era o dia certo pra correr, lavar a alma, e si ter como companhia.
Chegou em casa leve, quase contente.
Foi um dia qualquer, mas um dia ensolarado-chuvoso

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Do amor que existe

Sou meio cética em relação a certas coisas do amor. Sempre que vejo em filme/novela/seriado, um amor solitário, que perdura/perdurou por anos, digo que é exagero.

É que acredito – e até gosto de acreditar - que nosso coração, mesmo que à força, expulsa algo/alguém que não é bem-vindo, depois de um tempo.

Mas foi no curso, no dia-a-dia, que fui conhecendo a encantadora-doidinha-Matilda*, que tem muitas coisas escondidas na alma, e eu acredito saber mais do que muita gente que a rodeia. Foi reclamando do atual e recente namoro, por não lhe trazer felicidade alguma, que acabou por confessar um amor, um grande amor.

Contou que aos 13/14 anos resolveu que seria legal passar troque pra telefonistas americanos (¬¬). E de cara conheceu um homem americano-mexicano que, por brincadeira – ou qualquer outra coisa. não sei - deu ‘ideia’ pra ela.

E, mesmo no espanhol arranhado, ela se encantou. Começou a ligar quase todos os dias, até mesmo para casa dele. Entre conversas banais, confissões e, por vezes, até declarações, o amor bateu à porta de Matilda*.
Pré-adolescência, idade em que se acha tudo possível, fácil e apaixonante.

Maaas, depois de um tempo, toda vez que ela ligava pra casa do moço, uma mulher atendia. De início, quis ignorar, pensar o melhor, porém, por fim, resolveu perguntar à moça quem ela era. E ouviu o que não queria, que ela era esposa dele.
Matilda, até mesmo pra moça, confessou seu amor.

Resolveu que seria melhor parar de ligar.
Até aí, tudo não passaria de um amor bobo adolescente, se hoje, depois de sete anos, ela ainda não amasse Ricardo*.
Sim, os olhos dela brilham ao falar dele.

Nunca mais amou ninguém, ainda chora por ele e se pega, na internet, olhando a rua que ele morava nos Estados Unidos.
Só telefone, nunca trocaram uma foto sequer.

Eu, pé no chão que sou - na maioria das vezes - poderia sentir pena, mas no fundo, achei bonita a capacidade de amar desse tamanho.
Mas mesmo assim, tentei dar conselhos sensatos quando ela me disse que um dia vai ter coragem de ir a um programa contar a história e pedir pra procurarem Ricardo* ou mesmo de ir para os Estados Unidos. Sendo que agora ela não sabe mais onde ele mora nem o número atual do telefone.

Amor deve ter mesmo dessas coisas que eu digo, muitas vezes, não crer.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Vergonha

Escrevendo pra me lembrar de diminuir só um pouquinho não beber mais, que é pra não sentar na mesa de desconhecidos, não perder a memória, não vomitar na cama, não ficar com ressaca do mal.

E, mais importante, pra não falar demais, comprometer amigos e depois nem saber o que foi feito. Pra não ficar muito, muito mesmo envergonhada e querer que parem de contar as coisas ditas/feitas.

Pra não ter que pedir desculpas, escrever e-mail pedindo desculpa.
Pra não atrasar a vida de ninguém. amém.