terça-feira, 10 de novembro de 2009

Do amor que existe

Sou meio cética em relação a certas coisas do amor. Sempre que vejo em filme/novela/seriado, um amor solitário, que perdura/perdurou por anos, digo que é exagero.

É que acredito – e até gosto de acreditar - que nosso coração, mesmo que à força, expulsa algo/alguém que não é bem-vindo, depois de um tempo.

Mas foi no curso, no dia-a-dia, que fui conhecendo a encantadora-doidinha-Matilda*, que tem muitas coisas escondidas na alma, e eu acredito saber mais do que muita gente que a rodeia. Foi reclamando do atual e recente namoro, por não lhe trazer felicidade alguma, que acabou por confessar um amor, um grande amor.

Contou que aos 13/14 anos resolveu que seria legal passar troque pra telefonistas americanos (¬¬). E de cara conheceu um homem americano-mexicano que, por brincadeira – ou qualquer outra coisa. não sei - deu ‘ideia’ pra ela.

E, mesmo no espanhol arranhado, ela se encantou. Começou a ligar quase todos os dias, até mesmo para casa dele. Entre conversas banais, confissões e, por vezes, até declarações, o amor bateu à porta de Matilda*.
Pré-adolescência, idade em que se acha tudo possível, fácil e apaixonante.

Maaas, depois de um tempo, toda vez que ela ligava pra casa do moço, uma mulher atendia. De início, quis ignorar, pensar o melhor, porém, por fim, resolveu perguntar à moça quem ela era. E ouviu o que não queria, que ela era esposa dele.
Matilda, até mesmo pra moça, confessou seu amor.

Resolveu que seria melhor parar de ligar.
Até aí, tudo não passaria de um amor bobo adolescente, se hoje, depois de sete anos, ela ainda não amasse Ricardo*.
Sim, os olhos dela brilham ao falar dele.

Nunca mais amou ninguém, ainda chora por ele e se pega, na internet, olhando a rua que ele morava nos Estados Unidos.
Só telefone, nunca trocaram uma foto sequer.

Eu, pé no chão que sou - na maioria das vezes - poderia sentir pena, mas no fundo, achei bonita a capacidade de amar desse tamanho.
Mas mesmo assim, tentei dar conselhos sensatos quando ela me disse que um dia vai ter coragem de ir a um programa contar a história e pedir pra procurarem Ricardo* ou mesmo de ir para os Estados Unidos. Sendo que agora ela não sabe mais onde ele mora nem o número atual do telefone.

Amor deve ter mesmo dessas coisas que eu digo, muitas vezes, não crer.

6 comentários:

Luna disse...

tem gente que consegue amar assim, incondicionalmente.

eu sempre digo: só em filme isso, só em novela, o amor é um comercial de tv, um livro, um conto, a vida real é tudo diferente, rss.

mas aí que vejo tantos amores absurdos darem certo, que tento crer, que amor assim, pouco comum, existe, e que até funciona, né?

Anônimo disse...

Eu sempre crio sentimentos pelas pessoas, mesmo quando elas não criam por mim. Achando que eu tô sendo correspondida, e quando ganho um sinalzinho de que tô solto um porra, tá acontecendo. Depois, ele adormece, mas por um tempo. Eu sou uma eterna filha da puta apaixonada (sem ofender a minha mãe) sempre ocupando meu coração, e mesmo assim ele é um grande vazio de reciprocidade.

beijo no coração, ane fofa colorida.

Anamyself disse...

Meu deeeeeeeeeeeeus, que história!

Hoje mesmo eu estava reclamando da minha dificuldade em superar certas coisas, mas, comparando-me à essa história, melhor eu ficar quieta.

Nossa, tô impressionada com isso. Como começou, a desilusão e o amor incondicional...

Anônimo disse...

Por um lado parece ser legal, mas se fosse comigo eu ficaria com medo. Sei lá, tanta coisa por aí acontece por telefone e pela internet, é mt dificil que isso dê mesmo numa coisa válida. Só se as duas partes realmente quererem de fato.

Mas, né, cada um na sua forma de amar.

Mas, ei, qual a servência dos asteriscos nos nomes?

;**

Beki disse...

Um amor se cria, se fortifica sem querermos é possível existir um amor maior que nos mesmo nos fazer sofrer e mesmo assim continuar amando.
Amar é não é fácil, porque todo amor requer em algum ponto sofrimento... Mas a alegria que vem com ela compensa qualquer dor, porque é uma alegria única... =D
Gostei do texto.

E apesar dos pesares, espero que ela "Matilda" consiga encontra-lo ou se por melhor esquece-lo.

Beki Girl disse...

De volta =]
Acho que ja disse tudo no outro comentário, voltei a reler pra ver se destaco algo mais...mas, era tudo aquilo mesmo!

obrigada pelo carinho no meu blog ;)

beijos