quarta-feira, 17 de março de 2010

Mais eu

"Aprende-se a calar a dor
A tremura, o rubor
O que sobra de paixão
Aprende-se a conter o gesto
A raiva, o protesto
E há um dia em que a alma
Nos rebenta nas mãos"
(Lado (a lado) - Mafalda Veiga)


Essa música veio a mim como aperto no estômago. Os olhos até marejaram. Senti vontade de sair correndo, de desentalar tanta coisa.

A vida vai passando, e vamos aprendendo a nos conter, a demonstrar sorrisos, mesmo que não sejam sinceros.

Aprendemos a ser educados, a não gritar, não demonstrar tanta raiva. Não podemos chorar em público. Não podemos subir na cadeira.

E tanta coisa vai sendo guardada, acumulada dentro de nós. Não podemos 'separar' as coisas, somos um só, afinal. Podemos, sim, espernear, reclamar, nos arrepender.. antes que a alma rebente nas mãos.

Eu tenho tanta coisa dentro de mim. Tantos sorrisos prontos e tantas respostas feitas. Tenho a feição certa de quem está feliz, mesmo que eu não esteja, mesmo que doa tudo por dentro.
O muito que eu grito, às vezes é o muito que eu não digo.

E eu andava assim, encostada ao mundo, esperando de olhar vazio.
Meus dias estavam iguais e eu aprendi a não querer mais do que o que resta.
Mas não é só isso que eu quero. Descobri que quero mais, que posso mais, e que não preciso esperar, que posso ir atrás.

Ganhei tristeza e gás. Um aperto com sinal de lição.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Início da caminhada

E entre o sim e o não há tanta coisa, que me assusta. Só que o não, de qualquer jeito, eu já tenho, então vou em busca do sim.

Continuo com medo, dúvidas, insegurança, mas posso ter tudo isso e, mesmo assim, tentar, seguir.
O primeiro passo eu já dei, e sei que, apesar de ser o maior, é bem pequeno perto de tanta estrada.
Não sei o que vai ter no meio do caminho, e bem menos o que me aguarda no final.

Quero trilhar tudo, me esgotar, me orgulhar no final, conseguir.
Saber que valeu a pena.
Claro, pode ser que não seja assim, mas, sabe, prefiro nem pensar, só andar.