"Aprende-se a calar a dor
A tremura, o rubor
O que sobra de paixão
Aprende-se a conter o gesto
A raiva, o protesto
E há um dia em que a alma
Nos rebenta nas mãos"
(Lado (a lado) - Mafalda Veiga)
Essa música veio a mim como aperto no estômago. Os olhos até marejaram. Senti vontade de sair correndo, de desentalar tanta coisa.
A vida vai passando, e vamos aprendendo a nos conter, a demonstrar sorrisos, mesmo que não sejam sinceros.
Aprendemos a ser educados, a não gritar, não demonstrar tanta raiva. Não podemos chorar em público. Não podemos subir na cadeira.
E tanta coisa vai sendo guardada, acumulada dentro de nós. Não podemos 'separar' as coisas, somos um só, afinal. Podemos, sim, espernear, reclamar, nos arrepender.. antes que a alma rebente nas mãos.
Eu tenho tanta coisa dentro de mim. Tantos sorrisos prontos e tantas respostas feitas. Tenho a feição certa de quem está feliz, mesmo que eu não esteja, mesmo que doa tudo por dentro.
O muito que eu grito, às vezes é o muito que eu não digo.
E eu andava assim, encostada ao mundo, esperando de olhar vazio.
Meus dias estavam iguais e eu aprendi a não querer mais do que o que resta.
Mas não é só isso que eu quero. Descobri que quero mais, que posso mais, e que não preciso esperar, que posso ir atrás.
Ganhei tristeza e gás. Um aperto com sinal de lição.
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2 comentários:
ôlas moça,
cheguei aqui pelo blog da Késia.
olhando para este texto, senti raiva de ser adulto e desejei voltar a ser criança.
abraços
vai abrir tua boca pro mundo e soltar as borboletas que te davam frio no estômago!
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