quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Alma perdida

É fácil chegar lá, na cidade das almas perdidas. Não tem placa de aviso pra não entrar, mas, assim que você chega, fica com a sensação que deveria ter, já que o caminho pra chegar lá é tão simples.

E você sente medo, e dor, e sente solidão, e sente desespero. Olha em volta e vê almas machucadas, mutiladas, agonizando. Sabe como chegou ali, mas não como sair.
Não é só fazer o caminho inverso, é bem mais difícil, e esse ninguém ensina.

Por algum tempo, luta consigo mesmo, pede socorro, pergunta como voltar pra casa. Depois, a lembrança de ter um corpo quentinho só pra si, vira uma saudade distante. Até se acostuma a viver entre as lágrimas e o peito apertado. E, talvez, seja até mais seguro.

Mas, ainda assim, sente que pode fazer mais, ser mais. E, as feridas começam a cicatrizar, a dor vai diminuindo com o passar dos dias, das horas. Você lembra quem é de verdade, e tudo que pode fazer. Sabe como voltar pra casa, é tão simples, afinal. E volta, e se sente meio feliz e muito mais forte do que já foi um dia. E deseja nunca mais seguir o caminho até à cidade das almas perdidas.

(até que algo venha e traga muita felicidade, e você, já esquecido da dor, se entregue, novamente. e fique muito feliz, ao ponto de, no final, fazer o caminho de volta à cidade das almas perdidas).

3 comentários:

Kesy disse...

Eu me pergunto o que é pior: a dor crônica de estar sempre na cidade das almas perdidas ou a dor aguda de fazer a transição até lá...

Beijos

Deni Maciel disse...

indenpendete do desfecho ou da idéia
é um tma forte e de alta reflexão

gostei mesmo.
o//

vim comentar e desejar um ótimo feriado prolongado.
com o bloco da amy winehouse, que não tá me cheirando bem mas...
o bloco do galvão bueno que de tão chato ngm vai atrás..
e o bloco do joão, pedreiro aqui da rua..
\o/

fui e té breve

Anônimo disse...

no fim do caminho de quem se perde, sempre há onde se achar.