segunda-feira, 10 de agosto de 2009

As mãos balançando

Como ele queria segurar a mão dela, que falava alegremente, supostamente contando mais uma de suas histórias, mas ele não podia ouvir, não dessa vez. Ouvia seu coração, pulsava tão forte. Teve medo que ela pudesse ouvir também. A olhou, ela nem parecia notar que ele estava ali, parecia falar com os pássaros.

Direcionou, novamente, os olhos para as mãos dela. Delicadas, unha rosa, de um rosa vibrante, que combinava com ela, com seu jeito, com sua pele dourada de sol, e cabelos enrolados e claros.
Surpreendeu-se com um sorriso dela em sua direção, olhos nos olhos. Ela não fazia isso, não falava o olhando. Sentiu-se tremer. Aquele sorriso! Já o tinha visto tantas vezes, mas não podia se acostumar.
Se perguntava onde aquilo teria começado, onde tinha deixado de ser sua amiga pra se tornar seu amor.

Ela tornou a olhar em volta, ainda com a voz que parecia soltar no ar.
Segurou a mão dela. Ela apertou a dele. Ainda falava. E ele, agora, estava calmo.
Tudo estava bem.

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